Valparaíso, Chile. 
07 – 10 SEP  2022

XV Congresso da IASPM-AL: “Fronteiras, rotas e horizontes na música popular na América Latina” Pontifícia Universidade Católica de Valparaíso

O XV Congresso da IASPM-AL, realizado na cidade de Valparaíso (Chile) entre os dias 7 e 10 de setembro de 2022, foi intitulado “Fronteiras, rotas e horizontes na música popular na América Latina” e abordou o desenvolvimento de três eixos principais.

A noção de “Fronteiras” procurou abordar as relações culturais bilaterais, multilaterais e supranacionais, pensar as circulações que atravessam as fronteiras oficiais, considerar os espaços comuns em que convivem diferentes línguas e geram (des)encontros, atender aos processos de tradução e às adaptações. A ideia de “Rotas” propunha desenhar mapas (cartografias) e histórias (genealogias) da música popular, revisitando o desenvolvimento de diferentes indústrias culturais (partituras, discos, rádios etc.) e outras empresas que articulam a música popular, levando em consideração as condições políticas, sociais e culturais desses percursos enfatizando a consolidação das cidades e das histórias urbanas. Finalmente, com “Horizontes” quisemos explorar a música emergente e sua relação com a imaginação de futuros para a América Latina; espera-se acomodar a investigação das práticas performativas e sonoras que constituem os movimentos sociais atuais, conectados às demandas vigentes e delimitados por crises sociais, políticas e ecológicas globais.

A programação foi organizada em 17 simpósios, distribuídos em 37 mesas e nos quais foram apresentados 112 trabalhos:

  • Simpósio 1: Cultura sonora: práticas e concepções de escuta, sonoridades e musicalidades
  • Simpósio 2: Sociologias da música
  • Simpósio 3: Percussão e ritmo latino-americanos: fronteiras socioculturais, expressivas e estéticas da práxis em musicais populares.
  • Simpósio 4: Da mídia de massa às plataformas digitais: a complexidade da midiatização da música entre fronteiras e interstícios
  • Simpósio 5: Musicologia da produção fonográfica na América Latina: estúdios de gravação e seu impacto nas cartografias sonoras da região
  • Simpósio 6: Música e poder. Música popular, ditaduras e resistência
  • Simpósio 7: Noções, representações e instrumentalizações da infância nas práticas musicais latino-americanas
  • Simpósio 9: Música, som e videogames: mídias, processos e comunidades
  • Simpósio 10: Rotas Musicais do Atlântico Negro na América Latina
  • Simpósio 11: Música e identidades regionais: transformações, contrastes e desafios às identidades nacionais latino-americanas
  • Simpósio 12: Trajetórias de cenas virtuais: agentes, formatos e identidades
  • Simpósio 13: A vida midiática de artistas musicais: música popular/de massa nas indústrias do entretenimento na América Latina contemporânea
  • Simpósio 14: Experiências sonoro-musicais urbanas – ativismos, territorialidades, afetos e corporalidades
  • Simpósio 16: Música popular e imagem
  • Simpósio 17: Música Popular e Política

A conferência honorária foi proferida pela Dra. Sylvia Antonia Nannyonga-Tamusuza, professora associada de Música e chefe do Departamento de Artes Cênicas e Cinema da Universidade de Makerere (Uganda), e que também atua como coordenadora dos Projetos de Etnomusicologia, em Uganda, e é fundadora e curadora do Arquivo Audiovisual Klaus Wachsmann da Universidade de Makerere (MAKWAA). Sua apresentação foi intitulada “Ugandan ‘Rumba’: From Africa to Latin America through the Democratic Republic of Congo to Uganda”, na qual propôs lançar as bases para um diálogo acadêmico Sul-Sul que permita reconstruir os caminhos seguidos pela música cubana em toda a África Central em meados do século XX.

A cuidadosa organização das atividades realizadas na Pontifícia Universidade Católica de Valparaíso, bem como a hospitalidade dos colegas chilenos fizeram desses quatro dias uma ocasião memorável para todos os participantes. Foi uma excelente oportunidade para reencontrar amigos e colegas de longa data, depois de quatro anos sem poder nos reunir pessoalmente para conversar e debater devido às restrições de mobilidade decorrentes da pandemia de Covid 19. Infelizmente, foi também a ocasião para recordar de velhos amigos que não estão mais conosco, como o muito lembrado Juan Francisco Sans.